O
crescimento econômico mundial deverá ser mínimo a agricultura poderá
ser responsável pelo equilíbrio das estatísticas no Brasil, mas para
isso será preciso lidar com desafios relacionados a demarcações de terra
e incessante busca por tecnologia. Essa é a análise do economista José
Roberto Mendonça de Barros, em sua apresentação durante a terceira
edição do MS Agro, nessa terça-feira (20), evento que apresentou os
maiores desafios do agronegócio para os próximos anos.
A previsão econômica estima um crescimento mundial em
2013 de 3,6%, um número não muito animador para os países com
movimentação equivalente a do Brasil. O baixo crescimento já é
considerado reflexo dos desafios apontados pelo economista, que também
apontou possíveis problemas futuros, com adequação dos produtores ao
código florestal vigente, a necessidade de crédito e a ausência de
mecanismos de cobertura de risco de produção e de preços.
“O agronegócio é o único setor no Brasil que
visualizo uma busca diária por atualização e de desenvolvimento
tecnológico. Já podemos considerar nosso sistema rural como sofisticado,
devido o plantio direto, e até favorável ao meio ambiente. Mas existem
desafios que podem influenciar diretamente no rendimento do homem do
campo”, explica José Roberto Mendonça de Barro, referindo-se à oscilação
de temperatura, a crescente elevação de custos e às questões jurídicas
enfrentadas pelos produtores e sindicatos rurais.
No Mato Grosso do Sul o cenário deve se manter
estável, mas existem alertas que podem auxiliar na queda do rendimento
do agronegócio. “Atraímos as indústrias e depois passamos por gargalos,
como as estradas que não comportam a logística necessária para o
deslocamento da nossa produção. E ainda temos o problema da reforma
tributária, que não leva em conta as especificidades de cada região do
país para a distribuição de benefícios”, detalhou Tereza Cristina,
secretária de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da
Indústria, do Comércio e do Turismo – Seprotur.
Para o presidente da Federação da Agricultura e
Pecuária de Mato Grosso do Sul – Famasul, Eduardo Riedel, o Estado deve
se orgulhar da atual posição no ranking do agronegócio, mas é necessário
estar sempre em alerta. “Somos otimistas por sermos calçados por
tecnologia, isso faz com que nosso cenário se transforme a passos largos
e que nosso potencial econômico não impacte apenas no mundo agro, mas
em todos outros setores. Estamos incessantemente empenhados em resolver
problemas que possam impactar negativamente o desenvolvimento”, afirma
Riedel.
O mesmo otimismo no desenvolvimento do agronegócio
brasileiro e local é apresentado pelo presidente da Monsanto, André
Dias. “Temos o objetivo de oferecer tecnologia ao homem do campo, e Mato
Grosso do Sul é repleto de produtores adeptos a evolução, e por isso
considero o Estado como um exemplo de progresso”.
O MS Agro é realizado pela Federação de Agricultura e
Pecuária de MS (Famasul), Fundação Educacional para o Desenvolvimento
Rural (Funar) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MS). Conta
com a parceria da Associação dos Produtores de Soja de MS
(Aprosoja/MS), Bolsa Brasileira de Mercadorias, Fundo de Desenvolvimento
das Cadeias do Milho e Soja de MS (Fundems), Granos Consultoria,
Monsanto, Organização das Cooperativas Brasileiras de MS (OCB/MS) e
Sebrae/MS.