O
Ministério da Agricultura divulgou nota nesta sexta-feira dizendo que o
Brasil não tem registro de encefalopatia espongiforme bovina (EEB),
conhecida como "mal da vaca louca", após ter realizado testes em um
animal morto no Paraná no ano de 2010. A fêmea morta "possuía o agente
causador da EEB, porém, não manifestou a doença e nem morreu por esta
causa", disse o ministério em comunicado.
O ministério indicou que o caso não deverá resultar
em problemas para as exportações do Brasil, que nos últimos anos têm
aparecido como líder global nos embarques de carne bovina. Segundo o
governo, o status sanitário brasileiro não foi alterado. "A Organização
Mundial de Saúde Animal (OIE, sigla em inglês), em comunicação oficial,
mantém a classificação do Brasil como País de risco insignificante para
EEB", disse.
Segundo o ministério, "o episódio não reflete risco
algum à saúde pública ou à sanidade animal, considerando o que o animal
não morreu em função da referida doença", completou. A nota do
ministério nega informações divulgadas na imprensa brasileira nesta
sexta-feira. Entretanto, por conta das notícias veiculadas na mídia, as
ações de alguns frigoríficos operavam em queda Bolsa de Valores de São
Paulo (Bovespa).
Por volta das 11h25 (horário de Brasília), o papel do
JBS recuava 1,79%, enquanto o Ibovespa avançava 0,44%. A ação do JBS,
maior produtor global de carne bovina, reduzia perdas após cair cerca de
3% na abertura. O Minerva, cujas receitas estão fortemente baseadas nas
exportações de carne bovina, perdia 2,37%. O papel não faz parte do
índice da bolsa.
O Marfrig, empresa de alimentos que passou a atuar
também fortemente em aves e suínos após a aquisição da Seara, entre
outros, operava em alta de quase 1%. Em 2010, o ministério também negou
relatos de um caso de doença da vaca louca, depois de agências de
notícias noticiarem a história. O governo disse que forneceria mais
detalhes sobre o caso nesta sexta-feira, em entrevista coletiva.
O surto da doença da vaca louca na Europa, América do
Norte e no Japão, há uma década, levou os importadores de carne bovina a
embargarem os embarques e geraram um caos temporário na indústria.